ISOTRETINOÍNA EM BAIXAS DOSES PODE AJUDAR NO RESULTADO FINAL DA CIRURGIA PLÁSTICA DE NARIZ

A rinoplastia é um dos procedimentos mais comuns em cirurgia plástica e é o terceiro mais realizado no Brasil. A intervenção é procurada por homens e mulheres que querem corrigir alguma imperfeição estética, solucionar problemas respiratórios ou até amenizar distorções causadas por traumatismos. No entanto, a rinoplastia é uma cirurgia que muitas vezes apresenta problemas pós-operatórios, o que gera insatisfação do paciente. E pode-se dizer que alguns dos motivos para o insucesso da rinoplastia são as características desfavoráveis dos pacientes, como ter pele muito grossa, por exemplo, comum em países com uma grande mistura de raças e influências de outras culturas, como o Brasil.

Para o cirurgião plástico e especialista em rinoplastia Alan Landecker, mais da metade dos pacientes que procura o procedimento em sua clínica possui essa característica. “Nesses pacientes, além da menor capacidade de retração da pele, é comum que uma grande quantidade de tecido de cicatrização se forme entre a cartilagem e a pele, resultando em uma ponta grossa e indefinida após a cirurgia. Diferente de quem tem a pele mais fina. Essas pessoas têm maior capacidade de retração do tecido e menor formação de fibrose, resultando em uma ponta do nariz mais refinada, resultado esperado pela maioria dos pacientes”, explica o especialista. Mas, de acordo com um artigo que acaba de ser publicado na edição de Janeiro da Revista Facial Plastic Surgery, uma das principais do setor, esse problema pode estar com os dias contatos. Os médicos alemães Markus V. Heppt e Michael C. Kirchberger, mostram que o uso de Isotretinoína (Roacutan) em baixas doses nos pacientes de pele grossa submetidos a rinoplastia, pode ser vantajoso. Isso, devido à melhor tolerabilidade e segurança no uso à longo prazo, como acontece nos casos de intervenções cirúrgicas. Esses resultados foram corroborados pela especialista colombiana Roxana Cobo. Isotretinoína é um fármaco já conhecido e utilizado no tratamento da acne severa. Ele também pode ser aplicado como medicamento na quimioterapia de certos tipos de câncer como o Neuroblastoma. Em um dos cenários clínicos observados no estudo, pacientes com pele facial grossa e oleosa receberam o tratamento clássico com baixas doses diárias de Isotretinoína nos primeiros meses após o procedimento cirúrgico. As doses variaram de 0,25 a 0,5 mg /kg. Houve uma melhora significativa da textura da pele do nariz e da face. Uma excelente definição da ponta nasal também foi observada em todos os casos. E o mais importante foi que nenhum dos participantes desenvolveu cicatrizes hipertróficas ou anormais durante o período de um ano após o início do uso do fármaco. Os únicos efeitos colaterais observados foram secura da pele, olhos e mucosas. Outro cenário estudado foi a manipulação de Isotretinoína no pré-operatório de 17 pacientes com pele grossa e oleosa e que se submeteram a rinoplastia. Eles tomaram baixas doses do fármaco de 6 a 10 meses antes da cirurgia. O resultado foi um afinamento antecipado da pele nasal grossa, o que facilitou a reconstrução da ponta e minimizou o inchaço pós-operatório. A conclusão desse cenário foi que é mais fácil planejar o procedimento e avaliar o resultado cirúrgico da rinoplastia em pacientes de pele grossa após o uso da Isotretinoína. No entanto, a dificuldade na cicatrização de feridas e a epitelização da pele foram identificadas e investigadas no cenário da Isotretinoína oral. Ela pode afetar negativamente aspectos gerais da cirurgia, como anestesia ou coagulação, o metabolismo e a calcificação dos ossos e pode danificar o tecido muscular esquelético. Esses impactos negativos – que podem ser causados pelo uso da Isotretinoína – precisam ser levados em consideração na hora da cirurgia.  A avaliação laboratorial pré-operatória e de acompanhamento são recomendadas em protocolos padrões e em doses baixas para monitorar potenciais efeitos colaterais sistêmicos, como toxicidade hepática. O tratamento com baixa dose a menos de 0,5 mg/kg pode oferecer vantagens em relação a doses mais elevadas por aumentar a tolerabilidade e a adesão do paciente. Os esquemas de administração de Isotretinoína mais comuns envolvem doses diárias de 0,25 a 0,5 mg/kg.  A ocorrência de eventos adversos mucocutâneos é quase inevitável. Eles compreendem a secura dos lábios, olhos, mucosas anô-genitais e xerose geral. Anormalidades lipídicas, como hipertrigliceridemia ou aumento do colesterol no sangue, são observadas em 20% de todos os casos tratados.  “Essa descoberta é mais um avanço em prol da cirurgia plástica. No caso da rinoplastia essa pode ser a solução para mais da metade dos pacientes que procuram esse tipo de intervenção. No entanto é importante salientar a necessidade de se procurar um especialista que vai investigar a situação clinica do paciente antes de sugerir tratamentos, receitar medicamentos ou realizar qualquer procedimento”, finaliza Landecker. 

Perfil

Dr. Alan Landecker, formado em Medicina e Cirurgia Geral pela Universidade de São Paulo, iniciou sua formação em Cirurgia Plástica com o Professor Ivo Pitanguy, com quem trabalhou durante três anos. Tornou-se Membro Titular e Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e, também membro da prestigiada International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS). Realizou pós-graduação/especialização clínico-cirúrgicas nas Universidades de Miami, Alabama, Pittsburgh, New York e Texas Southwestern, um dos mais importantes centros de formação em cirurgia plástica dos Estados Unidos, o que permitiu desenvolver estudos que foram apresentados em eventos científicos e publicados em revistas internacionais especializadas.

Após alguns anos de prática no Brasil, Dr. Alan Landecker voltou aos Estados Unidos a convite do Dr. Jack P. Gunter, um dos criadores da técnica de Rinoplastia Estruturada. Tornou-se então, especialista em cirurgia plástica de nariz pela University of Texas Southwestern, tendo sido por muitos anos instrutor do prestigiado Dallas Rhinoplasty Symposium (curso teórico-prático em cirurgia de nariz, realizado anualmente em Dallas, Texas – EUA), além de ser autor de vários capítulos do livro Dallas Rhinoplasty: Nasal Surgery by the Masters, best seller mundial sobre cirurgia de nariz, atualmente. Desde setembro de 2010, passou a integrar a equipe de colaboradores do Plastic Surgery Education Network (PSEN), um novo website educacional criado pela American Society of Plastic Surgeons (ASPS), uma das mais importantes entidades de cirurgia plástica do mundo.

Outros procedimentos realizados pelo Dr. Alan Landecker:

Face – Mamas – Implantes Mamários – Abdome – Lipoaspiração – Pálpebras – Orelhas – Braços – Coxas Cirurgia Reparadora – Procedimentos faciais estéticos