CORREÇÃO DAS ORELHAS EM ABANO

A presença de orelhas em abano pode gerar desequilíbrios importantes na estética facial. Causada por uma interrupção do desenvolvimento embriológico durante a gestação, esta deformidade caracteriza-se por proeminência excessiva da orelha e falta de definição das suas curvas cartilaginosas. Felizmente, várias técnicas de otoplastia, ou correção de orelhas em abano, foram desenvolvidas pela cirurgia plástica nas últimas décadas. Devido à grande melhora visual e psicológica obtida na vasta maioria dos casos operados, esta cirurgia pode ser considerada altamente gratificante para o paciente, sua família e para o médico.

A CIRURGIA

A otoplastia pode ser realizada em qualquer idade. Porém, em crianças recomendamos a execução da cirurgia por volta dos 4-6 anos, ou antes do início da escola, quando cerca de 90% do crescimento final da orelha estará completo. Esta estratégia evita que a criança fique exposta a eventuais traumas psicológicos que resultariam de apelidos e gozações por parte dos colegas.

Realizada através de uma incisão localizada estrategicamente no sulco atrás da orelha, a otoplastia visa posicionar as orelhas mais próximo da cabeça e criar as dobras cartilaginosas que caracterizam esta parte do corpo. A “rotação” da orelha pode ser executada retirando-se um pedaço da cartilagem da concha (parte côncava adjacente ao orifício do canal da orelha) e/ou simplesmente utilizando suturas. As dobras são geralmente criadas através do enfraquecimento da  cartilagem, associando-se suturas para garantir a cicatrização dos tecidos na posição correta.

 

A RECUPERAÇÃO

Pacientes submetidos à otoplastia devem permanecer em repouso absoluto por 2-3 dias, mantendo a cabeça sempre elevada. O curativo em forma de capacete colocado no final da cirurgia pode ser retirado após 1-3 dias, sendo que o paciente deverá utilizar uma faixa elástica por cima das orelhas por 2-4 semanas.

Devido à delicadeza da cartilagem e às numerosas curvas existentes, o resultado final pode ser analisado somente após a reabsorção total do inchaço, que ocorre normalmente após 2-3 meses. As atividades físicas podem ser retomadas após 3-4 semanas, sendo que qualquer modalidade com risco de traumatismo deve ser evitada por 2 meses.